LogoCitolab
×


Nosso Blog

A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA

14/05/2020 A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA

Como a imuno-histoquímica pode auxiliar no diagnóstico do melanoma cutâneo?

Por: Dra. Juliana Elizabeth Jung, PhD - CRM 19955 - Médica Dermatopatologista do Citolab Laboratório, autora do livro: Roteiro Ilustrado de Dermatopatologia - Editora DiLivros

O melanoma cutâneo pode demonstrar uma ampla gama de características morfológicas e pode ser confundido com outras neoplasias (sarcomas, carcinomas de células escamosas, doença de Paget e linfomas), por isso é ele conhecido como o “grande simulador.

                                           

O diagnóstico de melanoma pode ser ainda mais complicado uma vez que um subconjunto de lesões melanocíticas ambíguas pode demonstrar características de sobreposição entre melanoma e nevos (em particular nevos de Spitz).

Estas características tornam o diagnóstico histológico de melanoma um desafio, mesmo para os mais experientes dermatopatologistas.

Em conjunto com os achados clínicos e dermatoscópicos, o estudo imuno-histoquímico pode auxiliar o patologista nos casos mais difíceis, fornecendo dados adicionais para melhor interpretação diagnóstica.

Existem diversos marcadores melanocíticos, porém os mais comumente usados na nossa prática diária são:

  • S100
  • Melan - A
  • HMB - 45
  • SOX10

O uso da imuno-histoquímica pode contribuir com a confirmação da linhagem melanocítica; possibilitando a melhor visualização dos melanócitos e em alguns casos nos auxiliando a determinar se a neoplasia em estudo é maligna ou benigna.

                                        


- A confirmação da linhagem melanocítica é necessária, por exemplo, em casos de um tumor dérmico ulcerado, pouco diferenciado, sem pigmento melânico e sem evidências de proliferação melanocítica juncional, cujo diagnóstico  histológico diferencial inclui carcinomas, sarcomas, linfomas ou até mesmo Carcinoma de células de Merkel. 

Outra situação onde a imuno-histoquímica é fundamental é no diagnóstico de Melanoma Desmoplásico, que histologicamente pode ser confundido com outras neoplasias fusocelulares mesenquimais cutâneas ou até mesmo fibrose cicatricial. E, por fim, em caso de metástase de neoplasias indiferenciadas. 

- A melhor visualização dos melanócitos por imuno-histoquímica  nos permite perceber a distribuição assimétrica dos melanócitos e pode nos auxiliar na avaliação de margens cirúrgicas laterais, principalmente em melanomas in situ,  com distribuição lentiginosa; observar a  ascensão de melanócitos acima da camada basal, que é um dos critérios para o diagnóstico de melanoma; evidenciar a  invasão linfovascular e avaliar a presença de micrometástase do linfonodo sentinela.

- A confirmação se a lesão é maligna ou benigna é um dos maiores desafios da dermatopatologia, e em resumo são cacaterísticas significantes do melanoma, além da histologia atípica:

  • Perda completa da marcação do HMB-45 ou marcação heteróloga.
  • Perda completa da marcação do p16 ou marcação heteróloga.
  • Proliferação celular aumentada: avaliada a través do índice proliferativo - ki-67
  • Presença de mitoses na derme profunda, avaliadas através da Fosfohistona H3 (PHH3).

                                                 
       

A imuno-histoquímica é uma ferramenta poderosa que auxilia o diagnóstico histológico em inúmeras situações e que depende da cuidadosa escolha de anticorpos adaptados a uma determinada situação, feita pelo médico patologista.


Galeria de fotos

A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA
A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA
A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA
A IMUNO-HISTOQUÍMICA NO MELANOMA
Comentar


Outras notícias
Lesão vulvar em gestante de 29 anos

B.D.S., feminino, 29 anos, apresenta múltiplas lesões em placa, esbranquiçadas em vulva, 0,5 cm, indolores, realizada biópsia.

Leia +
Tumor do estroma mamário em paciente de 62 anos.

Este tipo de tumor representa apenas 1% dos tumores da mama.

Acomete mulheres com idade média de 45 anos e é raro em crianças ou homens.

Leia +
Adenocarcinoma de cérvix relacionado ao HPV (tipo usual)

Abordagem da classificação tumoral baseada no padrão de invasão estromal (Sistema Silva).
Desafiador 30% - 50% de falsos negativos na citologia.

 

Leia +
whatsapp Citolab
Consulte seu resultado